quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Até que Ponto Posso Me Expor nas Redes Sociais?

 A exposição pessoal nas redes sociais
de forma imprudente já causou sérios
problemas entre adolescentes e 
jovens como, por exemplo, divisão
familiar, desilusões amorosas, 
atos de violência, depressão e até
suicídios; por isso, ao revelar suas
intimidades ao público, deve analisar
se vale a pena correr tanto risco.

 Nos dias atuais, em que a maioria vive constantemente online, podemos afirmar seguramente que não há nada tão real quanto a vida virtual[1]. Isso porque, de uma forma ou de outra, muitos -principalmente jovens e adolescentes - adquiriram o péssimo hábito de expor quase todas as suas atividades cotidianas em redes sociais, fazendo delas uma espécie de “diário” em que costumam publicar até mesmo intimidades como frustrações sentimentais, limitações físicas, segredos profissionais e problemas familiares. E mesmo os que não têm o costume de acessar rotineiramente ou se abrir tanto em tais redes, estão ativas sim no mundo virtual por meio de e-mails, sites de compras, portais de pesquisas, blogs informativos, aplicativos de chat no celular ou sistemas interligados de empresas ou escolas aonde, de alguma maneira, acabam tendo que divulgar algum tipo de informação pessoal, situação essa que se não for administrada com prudência pode expô-los à uma série de perigos que vão desde simples fofocas que geralmente não surtem nenhum efeito como até a riscos maiores que podem facilitar até a ação de criminosos. Mas como ficar “off” num mundo cada vez mais dominado pela tecnologia? Na verdade, não é preciso se desligar, mas se policiar aprendendo a desenvolver um estilo de comportamento defensivo que te permita usufruir do melhor que a interatividade[2] moderna tenha a oferecer sem ser vítima de seus malefícios levado pela sua própria ingenuidade por meio da curiosidade ou da necessidade, expondo-se imprudentemente.


Em Provérbios 11:13, a Palavra de Deus nos ensina que “o mexeriqueiro[3] espalha segredos, mas a pessoa séria é discreta[4]”; embora em seu contexto, esse versículo se refira a pessoas que se intrometem na vida dos outros, essa realidade se aplica também àqueles que não conseguem guardar nem seus próprios segredos. Baseado nesse princípio, referindo-se ao uso das redes sociais, como da internet de um modo geral, seria bom você refletir: “Como está o meu perfil diante daqueles que me observam?”. Expor-se demais revela um caráter ingênuo e indigno de confiança. No caso de jovens solteiros há ainda algumas particularidades que exigem cuidados especiais, pois esses meios de comunicação interativa têm se tornado uma vitrine para aqueles que procuram alguém para se relacionar afetivamente; e é aí que mora um grande perigo: “Por quem eu estou sendo visto, e para quem estou passando essas informações?”. Analisemos alguns erros que mais colocam em risco aqueles navegam imprudentemente:
1 - Postar fotos sensuais:
    Além do pecado da sensualidade, as pessoas - principalmente as garotas - que postam fotos que mostrando seu próprio corpo com roupas curtas, apertadas ou transparentes, estão cometendo o gravíssimo erro colocando-se em risco de serem vítimas de comentários maldosos, assédio sexual, estupro e utilização de sua imagem por indivíduos mal intencionados. Sua intimidade física deve ser preservada porque seu corpo pertence a Deus (1ª Co 6:19,20).
2 - Publicar mensagens que insinuem desejo sexual:
    Insinuar desejo sexual, além de comprometer sua dignidade e abalar sua confiança em relação às pessoas sérias, te coloca em risco de sofrer ataques tanto morais quanto como físicos. As tentações não devem ser tratadas publicamente como se fossem virtudes, mas combatidas (Tg 4:7).
3 - Compartilhar postagens imorais:
    Seus compartilhamentos demonstram que você concorda com aquilo que está sendo mostrado ou falado. Compartilhar frases com palavras obscenas ou imagens de conteúdo que exaltem o sexualismo ou mesmo a violência ou quaisquer outros atos abomináveis a Deus te fazem tão pecador quanto aqueles que os praticam (Rm 1:29-32[5] [6]).
4 - Revelar brigas ou decepções amorosas:
    Esse é um outro prato cheio para o “destruidor”; demonstrar insatisfação no namoro ou no noivado é um verdadeiro convite aos “consoladores” de plantão - paqueradores e amigos (as) que só dão maus conselhos - que não perdem a oportunidade de tirar proveito de alguém que está sofrendo emocionalmente. Quer desabafar ou pedir ajuda? Se for preciso, procure alguém de confiança, mas antes, no íntimo do seu coração, fale com o verdadeiro Consolador da sua alma (Jo 14:15-17).
5 - Aceitar chamadas de pessoas estranhas no bate-papo:
    Não conversar com pessoas estranhas é uma regra antiga que serve não só para proteger crianças na rua, mas também usuários da internet contra criminosos virtuais. A maioria das pessoas mal intencionadas buscam, por meio de promessas de relacionamentos amorosos, por pessoas ingênuas que geralmente se julgam espertas; geralmente seu objetivo é extorsão financeira ou exploração sexual. A princípio, numa chamada de um estranho no chat, o ideal é ignorar o mesmo e, no caso de insistência, bloqueá-lo; mas, caso resolva atender, é preciso alguns cuidados como, por exemplo: exigir identificação por nome e por foto e ficar atento à linguagem por ele utilizada; pois, normalmente, indivíduos de mal caráter não têm uma boa cultura e cometem excessivos erros ortográficos. No demais, deve-se observar se ele mantém o respeito e a ética durante a conversa; para isso é preciso uma certa capacidade de percepção, o que a Bíblia chama simplesmente de discernimento (1ª Co 2:14,15).
6 - Divulgar o endereço de casa:
    Parece até tolice dizer isso, mas o fato é que muitos divulgam não somente o endereço de sua residência, mas até os lugares que costumam frequentar rotineiramente incluindo horários de saída e chegada. Seus perfis, além de serem realmente diários pessoais, mais parecem verdadeiros GPS’s, pois possibilitam a qualquer um fazer completo “rastreamento” da sua vida. Isso não somente o torna “vítima” de pessoas que ele chama de fofoqueiras, como também o transforma em alvo fácil de ações criminosas possibilitadas por informações divulgadas ingenuamente, o que tem sido cada vez mais comum nessa globalização interativa. Se não agir com prudência, não adianta questionar porque Deus não deu o livramento (Pr 18:7).
7 - Clicar em links de conteúdo muito chamativo:
    Anúncios com promessas de coisas muito fáceis, curiosidades exageradas, notícias sensacionalistas e apelação sensual ou pornográfica, na grande maioria das vezes são, na verdade, armadilhas que visam conseguir dinheiro vendendo produtos inexistentes ou vírus criados para invadir sua privacidade para roubar senhas de bancos ou cartões de crédito ou mesmo de redes sociais com o objetivo de espalhar links no seu nome, o que também pode comprometer sua reputação. Procure sempre investigar a origem dos sites antes de clicar e, caso peçam informações pessoais envolvendo numeração de documentos ou downloads de arquivos desconhecidos e extensões para exibição de vídeos ou algo assim, simplesmente feche a página antes de baixar e não confie por completo nos antivírus, pois nem sempre eles conseguem detectar e barrar todas as ameaças. Pessoas sábias não se deixam enganar facilmente (1ª Ts 5:21).
8 - Dar opiniões ofensivas:
    O anonimato virtual trouxe um grande “benefício”: a transformação de covardes em valentes. Se por um lado ele deu voz aos desconhecidos, por outro ele tem ajudado a produzir inimigos e destruir antigas amizades. É reconhecivelmente válido o direito de ter e expressar opiniões contrárias a quem quer que seja; porém, as mesmas devem ser expostas com sabedoria: respeito, educação e mansidão. O espaço online não deve ser encarado como um lugar para desabafar porque não gosta do fulano - até mesmo porque não gostar de alguém contraria os princípios bíblicos - ou para impor sua razão ainda que se tenha a certeza de que alguém ou as demais pessoas estejam erradas. Utilize suas páginas para defender sim o que julga certo, mas demonstrando amor para, com sabedoria, ganhar os que precisam ser alcançados (1ª Pe 3:15,16).
9 - Contar segredos da empresa em que trabalha:
    Essa tem sido a razão de algumas demissões, inclusive por justa causa. Publicar fotos, vídeos, opiniões, reclamações e até elogios sobre uma empresa sendo funcionário dela pode causar sérios problemas. Geralmente, por motivos de concorrência ou para evitar problemas na justiça devido a irregularidades, não aceitam divulgar imagens de suas instalações internas; sugestões, por questões éticas, devem ser entregues aos departamentos correspondentes de acordo com as regras estipuladas pelos superiores; reclamações, da mesma forma, e precisam ser previamente analisadas para não resultar em represálias; e até os elogios têm que ser moderados para não parecerem bajulação e tentativa de pedido de aumento ou promoção. Quem quer manter seu emprego, embora, por muitas vezes, saiba que seu patrão seja corrupto e injusto, deve seguir a orientação bíblica que orienta a respeitá-lo e obedecer às suas ordens (1ª Pe 2:18,19).
10 - Dizer que é cristão, mas se comportar de forma contraditória:
    Não vou afirmar convictamente seja um problema psicológico, mas, talvez por “distração” algumas pessoas ainda não se deram conta que a diferença entre a vida real e a virtual é que uma é vivida fisicamente em todos os lugares e a outra exercida atrás do teclado de um computador... resumindo: é tudo a mesma coisa, ou seja: tudo o que você faz ou fala virtualmente representa e é interpretado como atitudes e palavras reais. Por isso é preciso encarar a tela do PC, do tablet e do celular como olhos e ouvidos humanos que te observam e reagem conforme as suas ações; a sua moral e o seu caráter dependem daquilo que você demonstra através da forma de se expressar. Isso também significa que, espiritualmente é da mesma maneira: sua conduta nas redes sócias definem se você é um autêntico cristão ou não. Por isso é preciso um grande cuidado em considerar se todas as suas atualizações, compartilhamentos, curtidas e comentários estão de acordo com o comportamento a ser seguido por alguém que diz ser seguidor de Jesus Cristo; pois agindo de forma contrária a isso estará não apenas denegrindo a si próprio, mas escandalizando e dificultando a evangelização daqueles que não creem (1ª Co 10:32,33).
    Como vimos, a exposição acima dos limites nas redes sociais provocam consequências que vão desde simples gafes até ao risco de ser vítima de criminosos. Adolescentes e jovens cristãos precisam ter um cuidado redobrado com isso porque, por estarem numa fase de maior busca por relacionamentos afetivos, devido ao fato de não terem grande experiência, se não tiverem cuidado e sabedoria, são presas fáceis de aproveitadores de todos os tipos. A defesa contra esses perigos consiste em vigilância e oração (Mt 26:41) para que além de não ser vítima de nenhum engano e nem ser levado pelas inúmeras tentações ali existentes, também poder servir de exemplo usando sempre seu espaço para a honra e a glória do nome de Deus (Cl 3:16,17)!


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