Durante a Segunda Guerra Mundial, alguns pobres e perseguidos políticos se refugiaram em um porão escuro e frio da Alemanha. Quando as tropas dos exércitos aliados libertaram a Europa do jugo nazista, achou-se inscrito numa das paredes daquele triste refúgio:
Creio no sol, mesmo que não brilhe.
Creio em Deus, mesmo que permaneça em silêncio.
Creio no amor, mesmo que se oculte.
As energias que brotam no coração, fascinam. Conhecemos a força de vontade e o poder do pensamento positivo. Sabemos também que as palavras possuem vida própria. A mais poderosa de todas as nossas energias, porém, vem da fé. Ela é dom. Com fé, o espírito triunfa sobre a matéria. A fé invoca o eterno sobre o temporal. Nela, a vida vibra. Fé revela que pontos de interrogação têm valor. Fé zomba da certeza – toda certeza encurta os horizontes e somente a dúvida alonga os anseios do coração para além do horizonte. Fé diz não ao grito do desespero. Fé se faz cega ao escárnio da impossibilidade.
Com fé, cremos na força subjetiva do caráter. Quando se manifesta, agimos semelhantes ao homem que num incêndio se joga no vazio, sem ter absolutamente nada senão a voz do bombeiro que orienta o salto. Todo o cristão é um cego, obstinado a dizer sim, quando todos os indícios evidenciam um não.
Fé faz com que as pessoas se comportem como a mãe quando entregou o filho nas mãos do cirurgião. A única garantia que esta mãe possuía era o médico ser uma extensão do seu amor. Pela fé, ela nada tem senão amor como guia. Fé é sempre uma aposta: Deus não desistirá de nós em tempo algum. A única certeza da fé descansa na fragilidade de um querer bem gratuito e unilateral.
Jesus falou a um homem ansioso e decepcionado com a vida: Se creres verás a glória de Deus. Semelhante a ele eu creio. Faltam-me evidências, por isso creio. Minha fé mora além da razão. Por uma tênue intuição, percebo: a glória que o nazareno prometeu pode ser traduzida como esperança, paz ou descanso.
(Soli Deo Gloria-Pr Ricardo Gondim )
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