domingo, 17 de maio de 2015

O que é consagração e jejum?


É em vão abster-se de comida se
não estiver alimentado
espiritualmente

    Se consagrar nada mais é do que se separar de uma forma especial para adorar ou servir a Deus sem se envolver com mais nada, seja material ou pessoal, durante aquele período; e jejuar é uma das formas mais comuns para os servos de Deus se consagrarem. Embora estejamos no Tempo da Graça[1], e os sacrifícios[2] tenham sido abolidos depois do sacrifício de Cristo, sabemos que Jeová ainda recebe alguns tipos de sacrifícios de seus servos, desde que eles sejam oferecidos com sinceridade. E um desses sacrifícios que Ele ainda recebe é o jejum. Mas o que é jejuar? A palavra jejum significa privar-se de alimentos durante algum período; portanto, jejuar é o ato de não se alimentar durante algum tempo e, durante esse período, dedicar-se totalmente ao Senhor. O jejum vai além da abstinência[3] alimentar, é necessário desviar-se de tudo aquilo que possa interferir em sua comunhão com Deus. Só que é de extrema importância nos lembrarmos de uma coisa: o jejum, assim como tudo o que fazemos, tem que ser feito com muito cuidado, equilíbrio e apenas dentro de nossas possibilidades; pois a falta de sabedoria de muitos irmãos tem causado muitos problemas para eles próprios, principalmente na área da saúde e também conflitos em família, e trazido até escândalos à igreja. Antes de jejuar é necessário examinarmos nossas condições físicas, psicológicas e espirituais; estabelecermos um período tendo a consciência de que não devemos interrompê-lo antes da hora e nem precisamos ir além do que foi estabelecido; e, principalmente, é de grande importância termos um firme propósito para esse ato, ou seja, um objetivo a ser alcançado com esse jejum.
Sacrifícios têm limites: Deus não
quer que nos flagelemos; não
importa qual seja o nosso
propósito, Ele não aceita
sacrifícios de tolo!
    Em Isaías 58:3-10 está escrito o seguinte: 3dizendo: Por que jejuamos nós, e tu não atentas para isso? Por que afligimos a nossa alma, e tu o não sabes? Eis que, no dia em que jejuais, achais o vosso próprio contentamento e requereis todo o vosso trabalho. 4Eis que, para contendas e debates, jejuais e para dardes punhadas impiamente; não jejueis como hoje, para fazer ouvir a vossa voz no alto. 5Seria este o jejum que eu escolheria: que o homem um dia aflija[4] a sua alma, que incline a cabeça como o junco[5] e estenda debaixo de si pano de saco grosseiro e cinza? Chamarias tu a isso jejum e dia aprazível ao Senhor? 6Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo, e que deixes livres os quebrantados, e que despedaces todo o jugo? 7Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto e recolhas em casa os pobres desterrados[6]? E, vendo o nu, o cubras e não te escondas daquele que é da tua carne? 8Então, romperá a tua luz como a alva[7], e a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante da tua face, e a glória do Senhor será a tua retaguarda. 9Então, clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás, e ele dirá: Eis-me aqui; acontecerá isso se tirares do meio de ti o jugo, o estender do dedo e o falar vaidade; 10e, se abrires a tua alma ao faminto e fartares a alma aflita, então, a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia. O povo andava em extrema rebeldia e jejuava pensando que o simples ato do sacrifício seria o suficiente para que eles fossem perdoados e abençoados. Grandemente indignado com isso, Deus usou o profeta Isaías para corrigi-los, não com a intenção de condená-los, mas sim de mostrar-lhes que para agradar a Deus somente o ritual[8] não basta, é necessário agir retamente e ter um coração sincero. Vamos então meditar nessa passagem, e ver quanto ela tem a ver com a nossa situação hoje: 
Is 58:3Quais são nossas intenções quando oferecemos algo a Deus 
De nada adianta fechar
a boca para a comida se
não abrir o coração
para Deus.
(
Tg 4:2,3[9] [10])? 
Is 58:4O jejum tem que ser feito com humildade e não para nos auto-gloriarmos diante dos homens (Mt 6:16-18[11]); 
Is 58:5Muitos se preocupam apenas com as tradições dos rituais e não com a sinceridade do coração (Lc 18:10-14[12] [13]); 
Is 58:6Todo sacrifício deve ser perfeito, como está a nossa vida diante de Deus (Jo 9:31)? 
Is 58:7Como temos agido diante daqueles que precisam de nós (At 10:1-4[14] [15] [16] [17] [18])? 
Is 58:8aqueles que praticam a misericórdia também receberão a misericórdia de Deus (Mt 5:7); 
Is 58:9Deus só ouve o clamor dos que praticam a justiça (Sl 34:6-8); 
Is 58:10A obediência vale mais do que qualquer sacrifício (1ª Sm 15:22[19]).
Jejum é abstinência de alimento
físico e consagração é
santificação; jejuar sem
consagrar a vida diante do
Senhor é tempo perdido
    Meditando nesse texto podemos concluir que aprendemos a seguinte lição: O segredo para nossos pedidos serem atendidos é a sinceridade e não somente a forma como pedimos; Deus se agrada dos humildes e abate os soberbos; apenas cumprir as regras não é o suficiente se não houver santificação; antes de tocar nas coisas sagradas o homem tem que examinar a si mesmo; não podemos dizer que amamos a Deus se não amamos ao próximo; quando somos benignos, Deus nem espera pelos nossos sacrifícios para nos abençoar; muitas coisas que acontecem em nossa vida são o resultado daquilo que fazemos; se queremos receber o bem, também devemos praticar o bem. Portanto, aprendemos aqui que o jejum é bom e agradável ao Senhor, desde que seja feito com humildade, sinceridade e acompanhado de boas atitudes e não com meros rituais apenas de aparência. Mais vale uma “oraçãozinha” de três minutos ou menos feita de coração do que um jejum de três dias ou mais com segundas intenções. Oremos para que Deus nos mostre se estamos fazendo realmente a sua vontade para que não percamos tempo fazendo sacrifícios de tolo!



Nenhum comentário:

Postar um comentário