OLHARES
Todo tipo de violência, cobiça, inveja e culpa, pode ser expressa pelo olhar. Existem olhares que estupram, e existem olhares que roubam... Existem olhares que pedem perdão, e existem olhares que ofendem.
Na verdade, acho, o olhar é a primeira expressão do que se passa no coração. Depois do olhar, é que vem a fala, é que vem o grito, vem o resmungo, e vem o choro... Depois do olhar, é que vem a palavra e o gesto que o confirma. De modo que, o olhar denuncia, a palavra o afirma, e o gesto nada mais faz do que confirmar, para quem é olhado, os conteúdos do coração de quem olha. Porque, antes de tudo, a pessoa olha o mundo segundo o está cheio o seu coração.
Um coração cheio de ódio, necessariamente, gerará olhares sobrecarregados de ódio. Um coração devasso gerará olhares de devassidão. Um coração cheio de amor gerará olhares amorosos. Entretanto, ao contrário da palavra e do gesto, que são explícitos, o olhar é tão sutil que passa despercebido às pessoas que não são sutis. Ou seja, a pessoa que olha, não raro, olha inconsciente do modo como olha; olha, e nem nota o modo como olha.
De modo que, via de regra, é a pessoa que é olhada que primeiro nota a natureza maligna do olhar que a olha... E nisso está a vantagem de quem é casualmente olhado com maldade: perceber a tempo, e se desviar da maldade latente no olhar, antes que ela torne palavra ou gesto violento.
( Autor: VBMello)
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Vivendo a Palavra com
Fonte do artigo: Alimento da Alma
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