segunda-feira, 10 de março de 2014

Seriado mostra igreja evangélica onde Satanás era adorado

Seriado mostra igreja evangélica onde Satanás era adoradoSeriado mostra igreja evangélica onde Satanás era adorado

Na semana em que foi ao ar seu último capítulo, o conceituado site Daily Beast 
publicou uma extensa matéria que causou choque entre muitos evangélicos. Segundo o site, um dos mais visitados dos EUA, a narrativa não é totalmente ficcional.A minissérie True Detectives, produzida pela HBO, em poucas semanas se tornou um dos maiores sucessos de crítica do canal a cabo mais influente do mundo. Protagonizada por dois atores renomados: Woody Harrelsom e Matthew McConaughey (ganhador do Oscar deste ano), seus oito capítulos mostram a investigação de vários crimes cheios de referências ao oculto.
Assim como no seriado, uma comunidade evangélica da Louisiana, estado sulista e muito religioso, foi abalada anos atrás por uma série de crimes que envolvem sinais claros de um ritual satânico.
O Daily Beast faz um paralelo com acontecidos verídicos que foram revelados em 2005 na pequena cidade de Ponchatoula. A Igreja Hosana era uma das mais influentes da região até que um escândalo envolvendo o abuso sexual de crianças e sacrifício de animais acabou na derrocada daquela ministério.
No seriado, um grupo formado por pessoas influentes na sociedade, incluindo policiais, políticos e líderes de uma denominação, realizam rituais cheios de simbologia e segredos. Pessoas são mortas em circunstâncias diversas e a polícia não consegue chegar ao serial killer, que anos depois volta a atacar na região. O único elemento em comum são os símbolos satânicos.
O criador da série, Nic Pizzolatto, é natural da Louisia e disse recentemente à revista Entertainment Weekly que os telespectadores de seu programa podiam se surpreender se procurassem na internet pelos termos “satanismo”, “pré-escola” e “Louisiana”.
De fato, em maio de 2005, o xerife Daniel Edwards revelou ao jornal Baton Rouge Advocate que os membros da “seita de Ponchatoula” haviam confessado abusar sexualmente de crianças e animais e que realizaram tais práticas durante anos como parte de um ritual de adoração ao diabo.
O principal acusado e mentor da seita era o pastor da Igreja Hosana na época, Louis David Lamonica. Três anos depois de confessar, ele foi julgado e condenado por quatro crimes, que incluíam o estupro de seus próprios filhos quando eles tinham cerca de 11 anos de idade.
Nos registros do julgamento, Lamonica relata que a seita começou em 2000, quando uma menina foi colocada sobre um pentagrama desenhado no chão e sobre ela foi derramado sangue de um gato que fora sacrificado no local. “Desde então, paramos de adorar a Deus e passamos a adorar a Satanás”, desabafou o pastor.  Narrou ainda que as atividades cristãs da Hosanna continuaram ocorrendo normalmente enquanto ele e outros líderes faziam rituais satânicos regularmente na sala do ministério jovem por quase 5 anos.
Igreja Hosana

Igreja Hosanna


Diversos homens e mulheres de dentro e de fora da igreja começaram a participar, mas não há provas que sacrifícios humanos foram realizados, apenas de animais.
A Igreja Hosanna acabou fechando depois do escândalo. Ao todo sete pessoas foram formalmente acusadas no caso. O pastor foi condenado à prisão perpétua.
O sucesso do seriado acabou gerando entre segmentos evangélicos um debate acalorado. Enquanto parte do público acredita que é apenas ficção e que não poderia ser levado a sério, há aqueles que se mostram chocados com essa possibilidade, ainda mais agora que provou-se não ser completa ficção.  Existem grupos que estão usando a repercussão para alertar sobre “falsos profetas” no meio das igrejas e criticar aquelas que permitem que seus líderes façam parte de grupos como a maçonaria, conhecida por seus rituais secretos.

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