O adultério não começa na cama, mas na mente de quem não está firme com Deus; por isso, conservemos-nos puros e irrepreensíveis para não arcarmos com suas terríveis consequências |
TEXTO ÁUREO
Pr 5:15,18 - "Bebe a água da tua cisterna e das correntes do teu poço. [...] Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade,"
VERDADE PRÁTICA
A melhor prevenção contra o adultério é temer ao Senhor e estreitar os laços do amor conjugal.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Pr 5:1-6
INTRODUÇÃO
A infidelidade conjugal está cada vez mais presente nos lares da sociedade atual, e uma das coisas que mais tem contribuído para isso é o fácil acesso à sensualidade, à pornografia e ao contato virtual que permite que pessoas se conheçam e se comuniquem facilmente. E esse não é um problema somente dos ímpios, mas também de muitos crentes que, por fraqueza e falta de vigilância, se deixam cair nessa maligna tentação. Já na época de Salomão esse era um problema comum conforme podemos ver no texto de Provérbios capítulo 5. Os
fatores que levam a isso são vários, mas também há várias formas de se evitar esse mal, e a Bíblia ensina sobre isso.
A resistência depende de nós. O que fazemos, o que vemos, aonde vamos e com quem andamos conta muito na hora em que surgir uma grande tentação a nossa frente (Sl 101:2,3).
I - CONSELHOS SOBRE A SEXUALIDADE HUMANA
1. Uma dádiva divina
Em seus provérbios Salomão fez várias advertências aos homens sobre o perigo de se deixarem levar por palavras de amor e por se seduzirem com a beleza física; ele se dirige aos homens, porém, esses conselhos são válidos também para as mulheres. Em provérbios 5:21 aprendemos que o Senhor não apenas nos vê, mas também direciona nosso caminho; isso significa que, se formos obedientes, Ele sempre nos guiará e nunca nos deixará errar. Essa afirmação serve também para orientar nossa vida sexual, a qual se colocarmos nas mãos de Deus também será tremendamente abençoada. A Palavra nos ensina ainda que o casamento deve ser respeitado e que os adúlteros serão julgados por Deus, e diz ainda que se não houver respeito entre o casal, nem mesmo suas orações são ouvidas.
A união conjugal e a sexualidade são presentes divinos dados ao ser humano; então cabe a nós, como obrigação e não apenas como direito, honrar aquilo que nos foi dado pessoalmente e de forma especial pelo próprio Criador (Gn 2:21-24).
2. Uma predisposição humana
No quinto capítulo de Provérbios, Salomão se refere a todas as pessoas de uma forma geral, pois todos nós, independentemente de sexo ou idade, estamos sujeitos às tentações carnais. O ato sexual é um direito de todos, mas, se for praticado entre pessoas do mesmo sexo, antes do casamento ou fora dele, consiste num gravíssimo pecado contra Deus e contra a família. Fraqueza não é desculpa para pecar, pois, conforme vemos em Tiago 4:7, por mais que as tentações sejam de origem maligna temos sim condições de resistir a elas.
A sexualidade é algo que foi criado propriamente para o ser humano e se manifesta nele de forma natural; por isso, devemos procurar ter um relacionamento saudável e usufruir ao máximo daquilo que o Senhor nos deu (Pr 5:18,19; Ec 9:9).
II - AS CAUSAS DA INFIDELIDADE
1. Concupiscência
É comum, e bem mais fácil, culparmos o Diabo por nossas quedas; mas, não querendo inocentá-lo, há uma verdade inquestionável: por mais que ele tente, só consegue agir em nossa vida se abrirmos a porta do nosso coração para ele entrar. Como podemos ver no exemplo da belíssima atitude de José do Egito que fugiu aos encantos sensuais da esposa de Potifar, é necessário e é possível sim resistir, e essa resistência significa vigilância, oração, fidelidade à Palavra, amor à família, ocupação da mente com coisas que agradam a Deus, desvio de situações que nos exponham ao perigo e muita força de vontade com temor espiritual sabendo que se não resistir, não é somente a família que está em jogo, mas também a salvação.
A raiz da infidelidade está na falta de controle sobre os desejos da carne; nossa resistência pode até ser pequena, mas se não nos pusermos em situação de risco, certamente não pecaremos (Pr 6:25; Gl 5:16,17).
2. Carências
Entre as várias causas - e não justificativas - da infidelidade no casamento, a que mais se destaca é a carência. Uma pessoa moral e espiritualmente enfraquecida, quando se sente afetiva ou sexualmente carente tende a procurar prazer de outras formas: geralmente, começa pela pornografia que a leva à masturbação - o que já é uma forma de adultério - e, posteriormente, ao adultério na prática. Geralmente, os homens são os que mais traem, pois sentem muito mais desejos sexuais do que as mulheres. O que leva alguém a se sentir carente, normalmente é quando o cônjuge não lhe dá atenção por motivos diversos como por exemplo: trabalho excessivo, falta de estímulo ao prazer - há crentes que ainda acreditam que mulher não deve atingir o orgasmo; então por que o Senhor a criou com o clitóris -, recusa de posições diferentes, falta de carinho e até mesmo longos jejuns. O adúltero, obviamente, está errado sim e pagará caro por isso, mas quem o leva a pecar também tem sua parcela de culpa e acaba sofrendo muito por não ter cuidado sabiamente da família que Deus lhe deu.
A carência leva a pessoa que não tem uma vida com Deus a não suportar a solidão e a falta do sexo e, por outro lado, leva a pessoa sem temor espiritual a cair em seus encantos. O resultado disso é trágico (Pr 7:18-22).
III - AS CONSEQUÊNCIAS DA INFIDELIDADE
1. Perda da comunhão familiar
Existe perdão para quem adultera? Sim, se o arrependimento for sincero. No entanto, perdão não significa necessariamente eliminação das consequências, e uma dessas consequências é a perda da comunhão familiar. Quando alguém decepciona aqueles que o amam, muita coisa pode mudar no relacionamento dentro do lar - isso quando o adúltero ainda é aceito dentro de casa -. Algumas das coisas que podem mudar são as seguintes: mesmo que o cônjuge o perdoe e o aceite, jamais terá a mesma confiança; socialmente, ele será visto com um certo preconceito; ministerialmente, vai levar bastante tempo para se reerguer; familiarmente, em caso de divórcio, dará a sensação de desamparo aos seus filhos que não mais terão a presença do pai e da mãe juntos em sua criação; e, pessoalmente, ele poderá ficar complexado e até depressivo pelo remorso da maldade que fez e pela sensação de perda por ter desperdiçado sua vida em nome de alguns momentinhos de prazer que talvez nem tenham sido tão prazerosos assim. Em cada ato que pensamos em cometer, devemos analisar as consequências que isso nos trará no dia de amanhã.
Além da perda da comunhão familiar, o adúltero está ainda colocando ainda em risco a sua própria vida; muitas são os lares que têm sido assolados por grandes tragédias causadas pelos ciúmes (Pr 6:32-35).
2. Perda da comunhão com Deus
O adultério não começa no momento do ato sexual ilícito, pois não se trata de um pecado levado pelo impulso do momento como uma briga por exemplo, mas sim de algo que tem que ser premeditado, ou seja: antes de ser consumado, houve o desejo, a aproximação, o "xaveco", a elaboração de uma mentira para enganar o cônjuge e as fases preliminares de carinho até chegar ao sexo; então, um adúltero jamais poderá dizer que pecou por acidente. Isso significa que o adultério começou quando o indivíduo não vigiou, descuidando assim de sua vida espiritual. A consequência disso é inevitável, a comunhão com Deus é fortemente abalada, pois o Espírito Santo foi abominavelmente desrespeitado e não vai continuar operando nessa vida. Porém, nem tudo está perdido, pois havendo sincero arrependimento, o Senhor está pronto a perdoar; mas vale ainda ressaltar um ponto de extrema importância: jamais devemos pecar já contando com o perdão, pois com Deus não se brinca, e o pior de todos os pecados é aquele que cometemos conscientemente. Sim, o Senhor perdoa, mas as consequências ficam e a restituição é um processo longo e dolorido.
Somente o que pode nos separar de Deus são os nossos pecados; uma pessoa em situação de adultério, necessita com urgência se reconciliar com Deus e com seu cônjuge (Is 59:2; Pr 15:29).
IV - CONSELHOS DE COMO SE PREVENIR CONTRA A INFIDELIDADE
1. Sexo com intimidade
A falta ou a pouca existência do ato sexual entre o casal é uma grave indicação de crise conjugal; da mesma forma, sua prática constante, mas sem a devida intimidade o torna prazeroso para um e sacrificante para o outro. Intimidade é simplesmente o fato de o casal se conhecer, e isso depende de muito diálogo desde a fase do namoro. Quando ambos conhecem os desejos e as dificuldades de cada um fica mais fácil haver respeito no relacionamento. A Bíblia nada diz claramente a respeito de posições ou práticas sexuais lícitas ou ilícitas; porém, é claro, nós que temos o Espírito Santo temos também despertadas em nossa consciência as limitações de até que ponto podemos chegar. E uma recomendação é incontestavelmente essencial para se manter a paz no casamento: o sexo tem que proporcionar prazer tanto ao homem quanto à mulher, pois ele não foi criado apenas para a reprodução como ainda acreditam algumas pessoas. A harmonia na cama é um dos principais fatores para a segurança de um relacionamento.
Em uma relação a dois, principalmente na área sexual, não deve haver imposições ou limitações, mas sim respeito; pois pois esse fator também pesa na balança espiritual (1ª Pe 3:7; 1ª Co 7:3-5).
2. Apego à Palavra de Deus e à disciplina
Os perigos a nossa volta são muitos, mas quando aplicamos em nossa vida os princípios da Palavra de Deus e os ensinamentos que nos são dados por aqueles que têm mais experiência, não somos derrotados pelas armadilhas de Satanás. Tanto na questão de cair na tentação do adultério, quanto ao perigo de ser vítima de uma traição conjugal, a solução é sempre a mesma: manter-se firme nos pés do Senhor, pois é Ele quem cuida de nós. O crente fiel a Deus sabe que há várias maneiras de resistir ao pecado e, da mesma forma, ele também sabe que, por sua fidelidade e cuidado pelo seu casamento, o Senhor também não lhe permitirá passar pela dor de uma grande decepção amorosa. Indiscutivelmente, por mais que a pessoa seja espiritualmente fiel, pode sim haver crise em seu casamento, mas nenhuma desavença pode separar aquilo que Deus uniu se ela se lançar fervorosamente aos pés do Senhor.
Quando confiamos firmemente no Senhor, Ele honra nossa fé; se colocamos tudo, inclusive nosso casamento, em suas mãos, por mais problemas que tenhamos, Ele ouvirá nosso clamor (Sl 55:22).
CONCLUSÃO
Fidelidade conjugal não é uma opção como pensam as pessoas sem compromisso com Deus, mas sim uma obrigação moral e espiritual, pois foi para isso que Ele nos criou. No decorrer do tempo, com o cansaço da "mesmice" da rotina conjugal ou do "desprezo" do cônjuge, nossa natureza humana, também impulsionada por influências malignas, tende a desejar novas e diferentes experiências; no entanto, nada disso deve ser usado como desculpa para se justificar a fraqueza espiritual e entregar-se ao pecado. A Bíblia nos ensina a amar ao próximo como a nós mesmos, o que também inclui respeitar quem está ao nosso lado não querendo lhe causar sofrimento como também não queremos sofrer.
A Palavra de Deus nos adverte quanto aos perigos e às consequências do adultério, pois ele envolve vários outros pecados até ser consumado; existe sim o perdão para os que verdadeiramente se arrependem e o abandonam, mas suas consequências consistem em marcas muito doloridas (Pr 7:1,5; Sl 42:7).
DICIONÁRIO
Absinto: Planta de gosto amargo e ruim. Simboliza aquilo que é desagradável, como o remorso (Pr 5.4) e o sofrimento (Jr 9:15).
Adâmico: Relativo a Adão. Termo usado para definir nossa natureza humana.
Advento: Aparecimento, chegada, começo, início, princípio, surto, vinda.
Advertência: Ação ou efeito de advertir. Admoestação, aviso, conselho, observação, reparo.
Adultério: Quebra da fidelidade conjugal. Adulteração, contrafação, falsificação. Heresia, apostasia.
Benevolência: Boa vontade para com alguém (Et 2:17; Pr 18:22).
Carência: Falta do preciso. Necessidade. Privação.
Cerva: Fêmea do cervo (veado).
Cisterna: Pequeno reservatório cavado na terra e forrado de pedras para servir como depósito de águas da chuva.
Coabitar: Ter relações sexuais com alguém. Conviver intimamente.
Dádiva: Dom, presente, donativo.
Defraudar: Tirar o direito de alguém.
Flertar: Paquerar.
Gazela: Animal parecido com o veado. Tem chifres redondos e grossos e é admirada por sua beleza.
Lisonjear: Bajular. Agradar alguém por interesse.
Manancial: Nascente de água. Origem ou fonte abundante. Celeiro inesgotável. Gozo (alegria) perene e duradouro.
Metáfora: Emprego de uma palavra em sentido diferente do próprio por analogia ou semelhança.
Nefasto: Nocivo, danoso, prejudicial.
Ponderar: Pesar no espírito; apreciar maduramente, examinar com atenção. Meditar, pensar, refletir.
Predisposição: Ato de predispor ou de se predispor. Disposição ou tendência natural para; aptidão, vocação, inclinação.
Saquitel: Saquinho.
Vilipêndio: Infâmia; má fama. Grande desprezo.
AUXÍLIO COMPLEMENTAR
10 formas de como evitar o adultério
- Manter-se firme na presença de Deus.
- Vigiar constantemente em suas atitudes.
- Orar incessantemente pelo seu casamento.
- Fugir de qualquer tipo de tentação.
- Evitar lugares ou situações que o exponham ao perigo.
- Se distanciar ao máximo de pessoas pervertidas ou mal intencionadas.
- Manter controle sobre o tipo de amizades em suas redes sociais.
- Não olhar para sensualidade ou pornografia.
- Ocupar sua mente com coisas que agradam a Deus.
- Honrar a família, sobretudo o cônjuge.
Seguimos Deus
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